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IPA - Os Automóveis de Porto de Mós

44,00 €  
IVA incluído.

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APRESENTAÇÃO NA LIVRARIA ASCARI: SÁBADO 18 DE JANEIRO - 11:30

A década de 1950 foi particularmente fértil em tentativas de criação de uma indústria automóvel nacional, um tema que já tinha tido uma atividade febril, embora inconsequente, nos anos que antecederam a guerra de 1939-45.

 No período de 2 de agosto de 1950 a 14 de agosto de 1958 foi  Ministro da Economia o dr. Ulisses Cortez e por ele devem ter passado algumas dezenas de requerimentos para produção de automóveis, camiões, tratores, motociclos, motores e outros. De repente, pensou-se que a aposta na mobilidade mecânica poderia ser o caminho mais seguro de um empresário candidato a este tipo de indústria intensiva. Mas muitos deles não tinham completa noção das exigências de planeamento, financiamento, gestão de fornecedores, gestão de stocks de matérias primas, de componentes e de produtos acabados, para além do intensivo e exigente desenvolvimento dos veículos que tinham de ter uma qualidade mínima, com segurança, com frugalidade e com fiabilidade.

 Mesmo assim, surgiram candidatos que, tendo em conta os produtos apresentados e a experiência então reclamada, poderiam ter avançado na década de 1950, com eventuais políticas protecionistas, sem dúvida — como acontecia na generalidade dos países ocidentais nesta época — e com a perspetiva de que o mercado não era apenas o da Metrópole, mas também todo o potencial das então denominadas colónias.

 João Monteiro Conceição tinha perfeito conhecimento das exigências desta indústria, estudando-a a sério, e a sua capacidade de planeamento teria levado a bom porto a execução em bom ritmo e com eficiência dos seus automóveis orgulhosamente produzidos em Porto de Mós. Foi realmente um absurdo impedir administrativamente que a IPA jogasse o seu futuro no mercado em nome da proteção de outro  Automóvel utilitário português, baseado no Simca Aronde, equipado com um motor de 4 cilindros, 4 tempos e 1,2 litros que iria ser produzido

sob o impulso financeiro de António Champalimaud — e que custaria o dobro do pequeno automóvel de Porto de Mós, inserindo-se num segmento completamente diferente, com outro nível de oferta, e destinando-se a um público com outro grau de exigência — e que acabou também por ser implacável vítima da Lei do Condicionamento Industrial.

 A João Monteiro Conceição fica, pelo menos, esta sentida homenagem à sua inteligência e à capacidade de “querer fazer coisas”, que ao longo da sua vida sempre demonstrou.
 
(PUB 12/2024, Autor: José Barros Rodrigues, Idioma: Português, 120 págs, 25X29 cms, capa dura, 118 fotos)